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terça-feira, 19 de abril de 2011

Pinhão-manso: cultura para uso como fonte de energia fomenta pesquisa

Na primeira quinzena de abril de 2011, ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação com matérias-primas alternativas para o biodiesel foram discutidas na Embrapa Agroenergia(Brasília/DF) com pesquisadores e técnicos de outras unidades da Empresa e instituições parceiras. Pinhão-manso, dendê e palmeiras oleíferas são alternativas que da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária(Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) vem estudando para que se firmem com o objetivo de, a médio prazo, abastecer o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB).
 
O pinhão-manso (Jatropha Curcas L.) foi uma das culturas que esteve na pauta dos temas debatidos. Em relação a essa oleaginosa, a reunião que ocorreu nos dias 14 e 15 de abril, fixou-se nas atividades do projeto Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de Pinhão-Manso para Produção de Biodiesel (BRJATROPHA). Esse projeto, iniciado em 2010, que conta com financiamento parcial da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), tem término previsto em 2013.

No BRJATROPHA estão em execução ações de pesquisa em todas as regiões brasileiras, incluindo melhoramento genético, práticas agronômicas, produção do biodiesel e destoxificação da torta do pinhão-manso, explica Bruno Laviola, pesquisador da Embrapa Agroenergia e líder do Projeto. Para realizar essas atividades, a Unidade conta com a parceria de 21 instituições, sendo 15 unidades daEmbrapa, 5 universidades e uma Empresa de Pesquisa Agropecuária estadual.

Um dos participantes da reunião, o pesquisador e professor da Universidade Federal de Tocantins (UFT), Eduardo Lemos, mencionou os dados de experimentos no município de Gurupi (TO), com adubação, fithormônios e herbicidas. "O principal problema que encontramos é o ácaro branco", diz o professor. Em relação às doenças, não foi detectada nenhuma que afete economicamente o cultivo. Para ele, o pinhão-manso é uma espécie de muito potencial para o Estado, onde, embora não chova durante praticamente cinco meses do ano, a planta não sofre danos significativos. Ao contrário, há um estímulo de floração logo após o início das chuvas. "Nos experimentos, a cultura demonstrou uma produtividade em torno de 1.000/Kg/ha".

No Semiárido nordestino, depois de cinco anos de experimentos com pinhão-manso, o pesquisador da Embrapa Semiárido (Petrolina/PE), Marcos Drummond, informou que um dos principais gargalos do cultivo está na colheita. Os frutos amadurecem desuniformes, o que prejudica e aumenta o custo da mão-de-obra. "Enquanto não se resolver este problema a cultura fica inviável economicamente. O trabalho de melhoramento genético é fundamental para obter uniformidade na maturação dos frutos. Também é necessário estabelecer modelos de sistemas produção", reforça Drummond. 

Nesta região com precipitação de 500 mm é inviável produzir economicamente sem irrigação. Nos experimentos, após repetição de quatro anos, tem-se observado uma produtividade de 4 mil/kg/sementes/ha, onde estão sendo fornecidos 20 litros de água por semana. Nas mesmas condições, mas sem irrigação, a produtividade não chega a 300/kg/sementes/ha. "Esses dados mostram que o pinhão-manso tem potencial. Só precisamos ajustar a cultura às condições ambientais", comprova Drummond. Comparada as outras espécies, o pinhão-manso apresenta menor demanda de água, porém necessita de um suprimento regular ao longo do ano.

A reunião foi importante para avaliar o andamento das ações de pesquisa, bem como definir estratégias para assegurar o cumprimento de todas as metas previamente estabelecidas. Ao longo dos próximos anos do projeto, serão realizadas outras reuniões com os parceiros, visando avaliar o planejamento e ajustar as atividades de acordo com os resultados atingidos, disse Laviola.

FONTE

Colar Daniela Garcia - Jornalista
Telefone: (61) 3448-1581

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